UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quem ama


Quem ama, sente a poesia do entardecer,
a nostalgia profunda de uma garça pousada
à beira de um lago, sente a emoção
misteriosa de uma noite de luar a estender
réstias de prata pelos telhados, pelas árvores
e pelos rios, sente a grandeza majestosa das
montanhas erguidas para o céu em silenciosa oração.
Quem ama, enfim, sente a vida e vive-a em toda sua plenitude.

(Autor: Lauro Trevisan)

smilie

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