UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mãe!


Mãe!
Nome sem igual
Precioso ser que no revés da lida
Na epopéia da vida desgasta-se
A serviços mil

Mãe!
Que sofre calada, o labor da estrada
E muitas vezes, em troca de nada
Mas isso não anula
A esperança e a certeza
De ver seus filhos criados
Com muita delicadeza

Ser!
Humano, amável, gentil,
Que arrisca a própria vida
Por um motivo e outros mil

Ser!
Supremo, abaixo de deus
Delicado como uma flor
Firme como uma rocha
Radiante como o esplendor do sol,
Como a claridade da luz da esperança

Brilhante como a lua cheia
Em uma noite escura
Cheia de entusiasmo,
de alegria e de prazer por ver o fruto de seu ventre nascer,
crescer, ser gente

Gente como a gente,
Que entende a gente
Que fala a língua da gente,

Mãe, que palavra mais bela
Pura, sensível, linda, magnífica, especial
Nome, que no mundo inteiro e
Nesta vida não há igual.

smiles

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