Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Poema Inacabado
Eu sou um poema inacabado Que ninguém nunca leu Eu sou Aquele sonho bonito Que ninguém realizou. Eu sou Aquela paixão gostosa Que por medo, alguém sufocou. Eu sou O amor que alguém esperava Mas nunca chegou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário