UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Não se acostume com o que não o faz feliz...


Não se acostume com o que não o faz feliz...
revolte-se se for preciso!
Alague seu coração de esperanças...
mas não deixe que ele se afogue nelas!
Se achar que precisa voltar... volte!
Se perceber que precisa seguir... siga!
Se estiver tudo errado... comece novamente!
Se estiver tudo certo... continue!
Se sentir saudades... mate-a!
Se perder um amor... não se perca!
Se achá-lo... segure-o!
Circunda-te de rosas...
Ame... Beba... Ria...
O mais é nada!

(Autor: Fernando Pessoa)

Nenhum comentário: