UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Olhar... de mar



Escrevo o teu nome
Na areia da praia
Sei que o mar te leva

Como a vida
De mim
Tal como se some
A cor da minha saia
Que o vento leva
Consumida
Assim...
Tal como um lamento
Do meu peito
Sem ar
Por ti...

Tal como o momento
Triste, desfeito
No olhar
Amargo... que sorri...
E este mar de desamor
Onde navega
O meu olhar
Perdeu a cor
E apenas prolonga
A dor
De te amar!

(Autora: Felisbela)

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