UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 22 de março de 2011

LIVRO: Eu Mato


Category:Books
Genre: Literature & Fiction
Author:Giorgio Faletti

Sinopse: Um agente do FBI e um detetive enfrentam um serial killer em Montecarlo, no glamoroso Principado de Mônaco. Trata-se do caso mais angustiante de suas carreiras. Para confundir a polícia, músicas são utilizadas como pistas dos crimes, cujas doses de barbárie e astúcia abatem e desnorteiam policiais, investigadores e psiquiatras.
O primeiro ataque vitima um piloto de Fórmula 1 e a filha de um general norte-americano. À medida que os crimes dominam as manchetes europeias, o assassino faz novas vítimas, entre elas um gênio da informática e um bailarino russo. Tragédias pessoais afetam e conectam os envolvidos nas investigações.
O autor mantém o suspense implacável mesmo depois de revelar a identidade do criminoso, quando é iniciada uma caçada para impedir novos ataques. Ao manipular perfis psicológicos singulares numa trama surpreendente, Giorgio Faletti conquista o leitor. A versão cinematográfica de Eu mato já é esperada em uma superprodução internacional.

*******

Aprecio por demais os romances policiais. Pesquisando por novos autores, lendo alguns dos quais já conheço o estilo. Romance policial bom é aquele que prende a atenção, eletriza o leitor e faz com nos encante cada vez mais. "Eu Mato" apresenta todas essas características e muito mais.

Um assassino está à solta em Mônaco, o lugar mais rico e mais calmo do mundo. Não acontecem crimes lá, e quando ocorrem, são tão insignificantes que não são levados em conta. Assassinatos em série não fazem parte da rotina e deixam a sociedade em pânico.

O criminoso define-se como Ninguém, um e nenhum, que mata por não ter escolha. Seu perfil psicológico é um desafio para os investigadores. Por meio de ligações para um famoso programa de rádio, ele dá pistas das próximas vítimas. Com crueldade e frieza, Ninguém tem seus alvos em pessoas famosas, bem-sucedidas, e, para deixar a sua marca, retira a face e deixa a frase Eu mato...

Para investigar o caso, aparece Frank, um agente do FBI com muitos dramas do passado a resolver. Acompanhado da polícia local, ele procura um assassino sem rosto, sem nome, só com uma voz misteriosa no rádio. Frank procura ainda a redenção para a sua profissão. Quer encontrar um motivo para voltar a ser um bom policial.

O suspense e a narrativa são irresistíveis. Mesmo quando tudo parece resolvido, o autor ainda nos surpreende mais. Mesmo que os leitores saibam quem é Ninguém, é angustiante e empolgante acompanhar o trabalho da polícia até que se unam as duas partes da história. Recomendo para quem gosta de policiais densos, com profundidade psicológica e ação ininterrupta.

Nenhum comentário: