UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Porque não devemos temer os invejosos?



    ENQUANTO...

você dorme pacificamente,
ele perde o sono quando pensa em você.

você acorda e saúda o sol,
ele olha o seu bronzeado.

você sai para o trabalho,
ele calcula o seu salário.
você constrói sua casa,
ele julga a cor das tintas.

você estuda, tem boas notas,
ele se preocupa com esses números.

você conquista um diploma,
ele vive o medo do seu sucesso futuro.

você levanta um prédio,
ele escolhe uma janela prá pular.


você cura os doentes,
ele adoece por conta disso.

você ensina os seus alunos,
ele tenta descobrir o que você não sabe.

você tem a simpatia da chefia,
ele prefere chamá-lo de puxa-saco.

você recebe os aplausos,
ele busca saber se alguém o vaia.


você liga seu computador para serviço útil,

ele coleciona programas de vírus ou
invade seu correio com tolas agressões.

O que ele realmente faz - quando faz?
você cria, ele copia!

Você teme o invejoso?
Por que?

Ele é um eterno espectador...
... merece sua compaixão
e não seu temor.

(Autor Desconhecido)

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