UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 22 de março de 2011

LIVRO: O Ladrão de Arte


Category:Books
Genre: Literature & Fiction
Author:Noah Charney

Sinopse:
Roma - Na pequena igreja barroca de Santa Giuliana, uma magnífica pintura de Caravaggio desaparece sem deixar pistas.
Paris - Na câmara de segurança do porão da Sociedade Malevitch, a curadora Geneviève Delacloche é surpreendida com o desaparecimento do maior tesouro da instituição - Branco sobre Branco, obra do russo Kasimir Malevitch.
Londres - Roubada a mais recente aquisição da National Gallery of Modern Art.
Os inspetores Jean-Jacques Bizot, da polícia parisiense, e Harry Wickenden, da Scotland Yard, recompõem as peças desse intrincado quebra-cabeça. O que parecia uma série de roubos sem conexão é parte de um plano monumental que conjuga pistas falsas e enigmas de sofisticação apaixonante. Nos bastidores do mundo artístico, nos museus, galerias e casas de leilões se esconde um mistério.

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Na época que o livro foi lançado aqui no Brasil, não fiquei muito interessada, além do que, achava o preço exagerado para um livro de um desconhecido. Topando com um exemplar no sebo no final de 2010, trouxe para casa. Romances com arte e suspense no meio me atraem. Leituras com muitos dados históricos, curiosidades e fatos reais são irresistíveis. Esse livro está repleto de suspenses maravilhosos.

Três roubos misteriosos, inicialmente, insolúveis. Para cada crime, um investigador cheio de personalidade. Em Roma, Gabriel Coffin, consultor em roubos de arte, vem para ajudar a polícia italiana a encontrar o Caravaggio. Em Londres, Harry Wickenden, um investigador quase aposentado, que não entende nada de arte, é designado para encontrar um quadro roubado do museu National Gallery of Modern Art. Em Paris, estão as duas figuras simpáticas do livro. O policial Bizot e seu assistente Legourges rendem as cenas mais engraçadas ao analisarem as pistas do crime em meio a lautos banquetes. Essa narrativa é um pouco diferente, pois não há herois e bandidos. Há aqueles que estão do lado da lei, mas, os criminosos são desconhecidos e não há uma perseguição implacável, com o tradicional clichê polícia-ladrão. Dentro de museus e fundações culturais, os assuntos criminais são tratados com um pouco mais de classe. Impera o suspense e o mistério. Os três crimes parecem independentes, mas, o autor amarra muito bem a trama para fazê-los se juntarem numa solução surpreendente. Não há como parar de ler até que se chegue ao final.

O livro prende a atenção. Exige que o leitor se concentre para absorver a história e suas reviravoltas. Ambientada nos bastidores do mundo da arte, a história tem detalhes do mecanismo do roubo de obras na atualidade. O autor é doutor em "História dos Roubos de Obras de Arte", e tem uma fundação internacional que presta consultoria para esses casos. Misturando mistério e arte, poderá se transformar num sucesso cinematográfico. Quem sabe?

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