UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 29 de março de 2011

Quero




Quero agora apenas sentir.
Peço que apaguem os registros.
E impeçam-se imprevistos.
Posso não posso mais me deixar ferir.

Quero mais é a paz e a alegria
Quero de novo a felicidade.
Dentro da mais real realidade.
Quero viver de novo cada novo dia.

Quero sentir meu coração batendo.
Quero sentir minha face ardendo.
Aquele frio na barriga...
Sem mais medo de nada, nem de briga.

Quero não mais sentir dor.
Quero não me deixar doer.
Quero quem queira paixão.
E saiba viver de amor.
E assim será.

E você?

(Autora: Lilian Russo)

Nenhum comentário: