UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se vou te perder...


Pela última vez,
temos que falar.
Melhor que seja já, pois minha coragem
pode me faltar.
Por mais que tentasse,
não te pude mudar.
Tu que me entendes bem... saberás...
que a ti, nada te quero ocultar.
Porém tenho que ser,
tenho que ser como sou.
Ainda que te perca ao final,
serei quem mais te amou.
Ninguém dará o que te dou,
por isso hoje
Se vou te perder já,
que seja definitivamente.
Se vou te perder já,
é para sempre.
Entendes
Que prefiro deixar-te ir
e aprender a viver sem ti
Porque se vou te perder já,
não voltes.
Que esperas de mim?
Não espero nada de ti.
Eu só quero que estejas feliz
embora saiba que pode ser que seja sem mim.
Porém meu coração
já não pode mais
se te volto a perder talvez...
eu serei... a que não volta jamais
já não mais.

(Autora: Gloria Estefan - Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

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