UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 13 de abril de 2013

Dia-a-dia


os dias são sempre depois dos dias
e, entre eles, as noites, os sonhos, o acordar!
e a esperança!
e o acreditar que amanhã também vai ser dia!
e a vida...

...que não pare em qualquer beco
sem saída!

a vida,
os dias,
as noites,
os sonhos...

...os dias, cada dia, ao acordar!

(Autor: Joaquim do Carmo)

Nenhum comentário: