UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

As sete chaves



Eram sete, as chaves
que abririam a imensidão
a primeira, a caixa branca
a segunda, a solidão
a terceira, a alma franca
a quarta, toda ilusão
a quinta, a pequena tranca
a sexta, o X da minha equação
a sétima?...fica ao mistério
da nossa imaginação... 

(Autor: Joe Brazuca)

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