UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Hostilidade




O índio do litoral sem nenhuma inimizade.
Recebeu o europeu sem má vontade.
Mostrou tudo com disposição, mas o que recebeu foi traição.
O índio inocente confiou tanto que ajudou o branco a sobreviver.
Por isso perdeu suas terras que até seus costumes teve que esquecer.
Tudo o índio fez para tentar ajudar, 
mas o branco capitalista como sempre, só quer enricar.
O índio sofreu, o índio chorou por ver sua terra gritando de dor.
Árvores no chão, rios sem vida.
Tudo isso sendo morto por causa de briga.
Os arcos e flechas jogados no chão, 
índios mortos dentro da mata por causa da mineração.
Garimpeiros que invadem suas matas, que roubam sua tradição.
Que matam por querer e sem nenhuma razão.
E já se passaram quase quinhentos anos do descobrimento hostil.
Mas ainda hoje preconceito contra índios há no Brasil.

(Autora: Thaís de Oliveira Araujo)

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