UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Gota que falta

Tão pequenina, oh! menina.
Quem a vê não imagina
seu poder, sua força,
seu carisma, sua sina.


 
Se a vê cair,
num oceano, num mar,
se a vir sumir,
nem se coloca a pensar.
Pra quê pensar?
 

Se cai na rua e rola
ninguém percebe nem chora...
GOTA, que o calor evapora.
 
Tal gota, tal chama,
tal como faísca que inflama,
mas basta a GOTA
para apagar o fogo que
começa a queimar.
 
Nem pense que a GOTA é
pobre, que não tem vida, só
morte, pois quando a vida está
indo, a GOTA é sorte que vem
vindo.

 
GOTA que cai de mansinho,
com sua força se solta,
mergulha no rio a caminho,
trazendo a vida de volta.
 
GOTA que cai.
Visão que se vai.
Qual imaginação.
Poder... 

Somos todos GOTAS,
na imensidão do Universo.
Somos todos poder,
na imensidão deste verso.
 
Nunca subestime a força de um sorriso...
o poder de uma palavra...
de um ouvido para ouvir... um honesto elogio...
o envio de um e-mail...
ou até o menor ato de carinho! 

(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: