UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 23 de outubro de 2010

O Jardim das Borboletas

O coração se prepara para amar, a alma já está toda
arrumada e o entusiasmo é que dá o ritmo do momento.
Como seria bom se as coisas fossem assim. Se toda vez que
viesse um amor pudéssemos estar preparados para ele, de
corpo alma e coração! A vida não pode ser comparada a um
jardim, o coração sim.



O nosso coração é comparado a um jardim de borboletas,
que no encanto dos movimentos do amor, o embalo
das paixões se compara ao vôo maravilhoso de uma
borboleta. Como ignorar uma visão que no encanto
do amor se faz presente, e deixar de admirar o belo e
harmonioso poema que existe no suave bater de asas de
uma borboleta?



Se nos jardins da vida pode ocorrer a presença de
hervas daninhas, com o coração acontece o mesmo,
uma vez se não for cuidado, o coração pode ser afetado
pela desilusão que se torna um presente de grego!



Por sua vez, nos jardins das borboletas acontece diferente,
corre-se o risco de ficar somente com o jardim, porque as
borboletas podem sentir falta da beleza e ir embora.
Um coração que se mostra sem a beleza dos sentimentos que
lhe volta para o amor, fica obscuro e nele vêm habitar
criaturas da escuridão, nunca borboletas.




Sendo que para se mostrar realmente voltado
para as coisas do bem e do amor na verdade,
haveria de existir nesse coração raízes que
sejam do seu instinto e o lançam para o seu interior
o lado bom e divino de Deus.



Igual as borboletas que carregam consigo o dever
de serem belas e diante de sua formosura tem a
obrigação de encantar até os mais ávidos coraçôes,
e no intuito de fazer o belo, ainda habitam nos nosso
jardins, e com a pureza de uma criatura de Deus, vem
transmitir a paz com seu jeito angelical.



Na minha face se encontra o sorriso satisfeito de saber
que estou reparando o meu jardim, e reparando a
minha morada, para que nunca seja abandonada
pelas belas borboletas que enfeitam os jardins
da minha vida!
(Autor: Paulo Master)

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