UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É hora de brilhar

Todas as pessoas trazem consigo estrelas que a vida concede.

Estrelas de brilhar, estrelas de crescer, estrelas de encontrar o caminho do sonho que se persegue.

Saber reconhecer os brilhos e as estrelas é o nosso destino.

Há quem se encante com o brilho de estrelas que não são suas e se perde.

Há quem deseje o brilho de outra mais distante e por isso passa quase todo o tempo como passageiro, nas estações, à espera de um comboio para lugar nenhum.

Aceitar as estrelas que trazemos é o que faz a diferença entre o que queremos ser e o que verdadeiramente somos.

Brilhar é acreditar na força que elas têm, desvendar seus mistérios, e aí então deixar que suas luzes entrem alma adentro.

Que carregar as estrelas seja como conduzir um candeeiro, para que, onde quer que se vá, longe, alto, possam os outros perceber a claridade.

Esse é o desejo: uma felicidade intensa hospedada definitivamente no nosso coração, como estrelas na palma das mãos a iluminar os caminhos.

(Autor:  José Oliva)

Nenhum comentário: