UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Simplesmente ler


Leia vagarosamente, brincando com as palavras, sem querer chegar ao fim, como se estivesse fazendo amor com a pessoa amada.

A leitura nos leva por mundos que nunca existiram e nem existirão, por espaços longínquos que nunca visitaremos.

É desse mundo diferente, estranho ao nosso, que passamos a ver o mundo em que vivemos de uma outra forma.

(Autor: Rubem Alves)

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