UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 5 de abril de 2009

A Crucificação de Cristo, a partir de um ponto de vista médico

Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, aparentemente, acharam que uma descrição detalhada seria desnecessária. Por isso só temos as palavras concisas dos evangelistas “Então, Pilatos, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.” Eu não tenho nenhuma competência para discutir o infinito sofrimento psíquico e espiritual do Deus Encarnado que paga pelos pecados do homem caído. Mas parecia a mim que como um médico eu poderia procurar de forma mais detalhada os aspectos fisiológicos e anatômicos da paixão de nosso Senhor. O que foi que o corpo de Jesus de Nazaré de fato suportou durante essas horas de tortura?

Dados históricos

Aparentemente, a primeira prática conhecida de crucificação foi realizada pelos persas. Alexandre e seus generais trouxeram esta prática para o mundo mediterrâneo, para o Egito e para Cartago. Os romanos aparentemente aprenderam a prática dos cartagineses e (como quase tudo que os romanos fizeram) rapidamente desenvolveram nesta prática um grau muito alto de eficiência e habilidade. Vários autores romanos (Lívio, Cícero, Tácito) comentam a crucificação, e são descritas várias inovações, modificações, e variações na literatura antiga. Por exemplo, a porção vertical da cruz (ou “stipes”) poderia ter o braço que cruzava (ou “patibulum”) fixado cerca de um metro debaixo de seu topo como nós geralmente pensamos na cruz latina. A forma mais comum usada no dia de nosso Senhor, porém, era a cruz “Tau”, formado como nossa letra “T”. Nesta cruz o patibulum era fixado ao topo do stipes. Há evidência arqueológica que foi neste tipo de cruz que Jesus foi crucificado. Sem qualquer prova histórica ou bíblica, pintores Medievais e da Renascença nos deram o retrato de Cristo levando a cruz inteira. Mas o poste vertical, ou stipes, geralmente era fixado permanentemente no chão no local de execução. O homem condenado foi forçado a levar o patibulum, pesando aproximadamente 50 quilos, da prisão para o lugar de execução. Muitos dos pintores e a maioria dos escultores de crucificação, também mostram os cravos passados pelas palmas. Contos romanos históricos e trabalho experimental estabeleceram que os cravos fossem colocados entre os ossos pequenos dos pulsos (radial e ulna) e não pelas palmas. Cravos colocados pelas palmas sairiam por entre os dedos se o corpo fosse forçado a se apoiar neles. O equívoco pode ter ocorrido por uma interpretação errada das palavras de Jesus para Tomé, “vê as minhas mãos”. Anatomistas, modernos e antigos, sempre consideraram o pulso como parte da mão. Um titulus, ou pequena placa, declarando o crime da vítima normalmente era colocado num mastro, levado à frente da procissão da prisão, e depois pregado à cruz de forma que estendia sobre a cabeça. Este sinal com seu mastro pregado ao topo teria dado à cruz um pouco da forma característica da cruz latina.

O suor como gotas de sangue

O sofrimento físico de Jesus começou no Getsêmani. Em Lucas diz: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra." (Lc 22:44) Todos os truques têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente seguindo a impressão que isto não podia acontecer. No entanto, consegue-se muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Sujeito a um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo poderia causar fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia. Após a prisão no meio da noite, Jesus foi levado ao Sinédrio e Caifás o sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro traumatismo físico. Jesus foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e zombaram dele, pedindo para que identificasse quem o estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.

A condenação

De manhã cedo, Jesus, surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, é levado ao Pretório da Fortaleza Antônia, o centro de governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos. Você deve já conhecer a tentativa de Pilatos de passar a responsabilidade para Herodes Antipas, tetrarca da Judéia. Aparentemente, Jesus não sofreu maus tratos nas mãos de Herodes e foi devolvido a Pilatos. Foi em resposta aos gritos da multidão que Pilatos ordenou que Bar-Abbas fosse solto e condenou Jesus ao açoite e à crucificação. Há muita diferença de opinião entre autoridades sobre o fato incomum de Jesus ser açoitado como um prelúdio à crucificação. A maioria dos escritores romanos deste período não associam os dois. Muitos peritos acreditam que Pilatos originalmente mandou que Jesus fosse açoitado como o castigo completo dele. A pena de morte através de crucificação só viria em resposta à acusação da multidão de que o Procurador não estava defendendo César corretamente contra este pretendente que supostamente reivindicou ser o Rei dos judeus.
Os preparativos para as chicotadas foram realizados quando o prisioneiro era despido de suas roupas, e suas mãos amarradas a um poste, acima de sua cabeça. É duvidoso se os Romanos teriam seguido as leis judaicas quanto às chicotadas. Os judeus tinham uma lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chicotadas.

O açoite

O soldado romano dá um passo a frente com o flagrum (açoite) em sua mão. Este é um chicote com várias tiras pesadas de couro com duas pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de Jesus. Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chicotadas continuam, elas cortam os tecidos debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura. As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompe com as subseqüentes chicotadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está à beira da morte, então o espancamento é encerrado. Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo). Após zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor torturante. As feridas começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.

A cruz

Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já chegaram ao seu limite. O centurião, ansioso para realizar a crucificação, escolhe um observador norte - africano, Simão, um Cirineu, para carregar a cruz. Jesus segue ainda sangrando, com o suor frio de choque. A jornada de mais de 800 metros da fortaleza Antônia até Gólgota é então completada. O prisioneiro é despido - exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus.

A crucificação

A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um pesado cravo de ferro quadrado que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus". O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos dos pés para baixo, um cravo é batido atraves deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés. Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital.

Sem dúvida, foi durante este período que Jesus conseguiu falar as sete frases registradas:
1) PAI, PERDOA-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM (Lc 23:34). Esta é a mensagem do perdão. É a voz do sumo Sacerdote perante o Altar de Deus oferecendo-se a Si mesmo em sacrifício. É o momento que Jesus se impôs como o Grande intercessor – o oferecimento do grande sacrifício por nós. Esta foi a oração feita por Jesus, rogando perdão para os seus inimigos. Este é o preço do Calvário: implora o nosso perdão; chora por nós e conosco; pede que o Pai nos perdoe, porque não sabemos o que fazemos. Nesta prece de Jesus, não há apenas intercessão, há mais do que isto; há uma demonstração do Seu amor e do nosso dever. Este apelo de Jesus revela a grandiosidade do seu amor que é imensurável e incondicional. Jesus é o único Mediador entre nós e Deus. Devemos sempre perdoar, porque Ele nos perdoou primeiro.
2) HOJE MESMO ESTARÁS COMIGO NO PARAISO (Lc 23:43). Esta é a mensagem da salvação. É uma promessa de Cristo ao assaltante arrependido. Apesar de indigno, cheio de pecado, ele, que há um momento atrás blasfemava contra o Senhor, volta-se para Jesus. O que lhe deu esperança? – A grandiosidade do amor de Deus revelado em Cristo no Calvário. Jesus olha para ele, responde ao seu pedido como Deus o faria, porque Jesus é Deus! – “Hoje estarás comigo no paraíso”. Jesus é a nossa Salvação, só Ele nos concede a vida eterna.
3) MULHER, EIS AI TEU FILHO; FILHO, EIS AI SUA MÃE (Jo 19;26-27). Esta é a mensagem da família, mensagem da entrega. A entrega de sua mãe aos cuidados do discípulo amado. Esta é uma nova agonia de Jesus: a lembrança do lar. Maria permanecia diante da cruz. Ficou ali parada, muda, olhando aquele amor, que era maior do que se podia compreender. Mãe de coração quebrantado, que tem tristezas, provações em seu lar, separação, solidão. João também olhou para Jesus e este lhe disse: “Eis ai tua mãe”. João era seu amigo. Um amigo fiel, um amigo que sente, que entende, que ajuda, compreende e crê. Um amigo nunca abandona. Um amigo ampara, é forte na morte, nunca trai, sempre perdoa. Jesus santificou a amizade em Sua Paixão. João era seu amigo de verdade. Há amigo mais chegado do que um irmão. Havia permanecido perto de Jesus e naquele último momento, quando Ele devia ser deixado só, deu a João, num amor altruísta – a benção mais preciosa que Ele tivera nesse mundo – sua mãe.
4) DEUS MEU, DEUS MEU, PORQUE ME DESAMPARASTE? (Mt 27:46; Mc 15:34). Esta é a mensagem da oração, do clamor. Pouco antes de Sua morte, houve o clamor de desamparo, de solidão, de deserto, de dor. O horror pela escuridão cai sobre eles. Há silêncio ao redor da cruz, exceto o ruído do Precioso sangue pingando da cruz em resgate da humanidade, o sangue-vida de Deus em Cristo, está caindo no chão. Este é o único som que se houve ao redor da cruz. E eis que dali sai uma voz, como um murmúrio pelo silêncio de Deus. Não é um grito de misericórdia, não é um grito de dor; mas é um grito cheio de angústia. Aqui Jesus fala como homem. Falando como homem, nenhuma gota de sofrimento lhe é poupada. Ouça este grito de angústia e lembre-se que nunca um grito de dor ou de agonia sai de você, sem que encontre eco no coração de Deus. Naquele momento de escuridão, com as nuvens e a obscuridade ao redor Dele, Jesus estava experimentando as agonias do inferno – a separação de Deus. – Não ter Deus por perto, não falar com Ele, não sentir Sua presença, não ser capaz de chamá-lo, eis a conseqüência do pecado. Jesus, para que pudéssemos ganhar a salvação, e nos arrebatar dos tormentos do inferno, arremessou-se na escuridão onde Ele foi esquecido, para que nós nunca o fôssemos por Deus.
5) TENHO SÊDE (Jo 19:28). Esta é a mensagem da necessidade. É o grito de angústia física. Este pedido de Jesus foi seu primeiro grito de dor física. A dor é a coisa mais profunda que conhecemos nesta vida. Todos nós a experimentamos, mais cedo ou mais tarde. Saber que Deus pode sentir os sofrimentos da dor, é saber que o maior de todos se une ao menor, é saber que o Altíssimo se inclina ao mais baixo, é saber que Deus ama o homem. O fim está chegando! O pobre doente vira, abre os olhos e diz fracamente: “Tenho sede! Tenho muita sede!” Seu pobre corpo estava fraco e abatido. Tenho sede, sede causada pela febre, pelas dores cruciantes, Seus lábios estavam totalmente ressequidos. Era não só a sede de água, mas também sede de alma, sede da salvação dos pecadores. A sede da alma piedosa de Jesus, não pôde ser saciada a não ser com lágrimas das nossas almas arrependidas. Nós fomos feitos para saciar a Sua sede, para atender aos Seus rogos.
6) ESTÁ CONSUMADO (Jo 19:30). Esta é a mensagem da vitória, da Obra completada. É o grito de vitória por Ter obedecido até a morte, e morte de cruz. Combateu o bom combate e completou a carreira. Esta é a mensagem da fidelidade, da obediência. A última cena da vida do Senhor Jesus está perante nós. Chegamos ao fim, quando o Senhor Jesus murmura as últimas palavras sacrificiais: “Está Consumado!” A profecia está consumada. A Obra está consumada. A verdade está consumada. O exemplo é consumado! O caráter perfeito, a união da ternura e da força são coroados pela perseverança. A batalha está consumada. A vitória está ganha. A Igreja está consumada. O Corpo de Jesus está edificado. A redenção está consumada. Os sofrimentos do Mestre chegaram ao fim.
7) PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO (Lc 23:44-48). Esta é a mensagem da comunhão. É o grito de resignação. A Obra Sacerdotal já estava consumada. Jesus, o Homem, termina finalmente Sua carreira de tristeza. A alma humana estava deixando o corpo. Os rostos pálidos olham além da escuridão, mas os lábios não nos falam e não nos contam nada a respeito daquele mistério. Mas há uma voz que soa além-túmulo, uma voz de poder e de amor, a voz Daquele que venceu a morte, a mesma voz que disse naquele dia do Calvário – “Nas Tuas mãos entrego o Meu espírito”. A morte de Jesus é a revelação desta última compaixão. O mistério da morte de Jesus é o mistério de Seu excessivo amor. O mistério da morte de Jesus é o mistério da compaixão humana. Isto tudo é a revelação da resignação à vontade de Deus.

Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer.

O resto você sabe. Para não profanar a Páscoa, os judeus pediam para que os réus fossem despachados e removidos das cruzes. O método comum de terminar uma crucificação era por crucificatura, quebrando os ossos das pernas. Isto impedia que a vítima se levantasse, e assim eles não podiam aliviar a tensão dos músculos do peito e logo sufocaram. As pernas dos dois ladrões foram quebradas, mas, quando os soldados chegaram a Jesus viram que não era necessário.

Conclusão

Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço das costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: "E imediatamente verteu sangue e água." Isto era saída de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio. Assim nós tivemos nosso olhar rápido – inclusive a evidência médica – daquele epítome de maldade que o homem exibiu para com o Homem e para com Deus. Foi uma visão terrível, e mais que suficiente para nos deixar desesperados e deprimidos. Como podemos ser gratos que nós temos o grande capítulo subseqüente da clemência infinita de Deus para com o homem – o milagre da expiação e a expectativa da manhã triunfante da Páscoa.

Nenhum comentário: