I
Sim, escrito estava
em telas alvas de silício;
grávidas de Sorte e Silêncio.
II
Sim, escrito estava
em frases formais, diversas
daquela à soleira da porta.
III
Sim, escrito estava,
mal ou bem, tudo sobre ele
– seus atos mais solenes e caros:
À flor da pele,
toda a imensa
fome de Saber e Alegria – que,
com um sorriso, sua Dor cobria.
IV
Até então, eu supunha fosse
um Testamento;
uma Carta de Amor, um Alento.
V
Não! Descrito estava tudo lá.
Em única folha: lâmina em brasa
– bárbara, suficiente, definitiva:
Tudo e Todo Advento!
VI
Em profundo Silêncio, eu li.
Lá – inédito e inóspito,
num grito interrompido,
seu último Atestado:
de Óbito!
(Autor: Jairo De Britto)
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