UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ali onde as lagoas são o céu...


Ali onde as lagoas são o céu...
Tirei minhas férias de vacas verdes
O vento era um cavalo sem escalas
E eu me sentava firme no frete

O sol
Era um melão
A tarde
Uma melancia
E a vida
A vida uma pura gana
De morder e morder maçãs

Mas isto já faz muito tempo

(Autor: Juan Cunha)

Nenhum comentário: