UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 6 de julho de 2013

Entre Belos Matizes...

Desejo,
anseio,
tocar na policromia dos horizontes,
aquém, lá...

e,
ao pintar-me dessas fontes
inebriar-me de belezas,
dançando com a alegria e a tristeza...

Roubar o indecifrável... dessas presenças.

E aos infinitos,
enciumados,
abandonados...
emprestar-lhes
meus presentes beijos.

Desejo,
anseio,
morrer entre cores
sob o olhar ardente dos infinitos,
sem que o amanhecer
discorde... exuberâncias
com o entardecer!


(Autora: Alvina Nunes Tzovenos)

Nenhum comentário: