UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Uma poesia de Carnaval...



Ritmos soltos tudo é festa
povo dissoluto na rua grato
tempo de desfrutes e exageros
de vidas emprestadas através
celebração infinita dos corpos
suados das mascaras usadas
disfarçando a verdadeira identidade
fortalecida na felicidade do folião
solitário saudando a passagem
de mais um bloco imaginário
na avenida do amor...

(Autor: Miguel A. M. Côrrea)

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