Fiz do amor minha prece delirante
E da mulher a imagem do meu culto:
Lembrando aquelas de que fui amante,
Calo seus nomes, mas, fremente, exulto.
Bem no fundo do peito é que sepulto
As ilusões e as queixas de um instante.
Pecador indomável, nunca insulto
A primavera que já vai distante.
Sentindo a flama quase adormecida,
Apelo para uma última vitória,
E ardo e palpito em sonhos e lampejos.
Amei. Gozei todo o esplendor da vida,
E fui na terra, para minha glória,
Um opulento semeador de beijos!
(Autor: Osório Dutra)
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