UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

As duas faces da saudade

A saudade costuma chegar

bem de mansinho

sem avisar

trazendo uma dor enorme

ao coração que tende a chorar

por desejar voltar no tempo

e reviver toda uma história

que é forte em nossa memória...


Às vezes,

sinto a falta

da minha família,

daquela comida caseira,

das nossas brincadeiras

dos nossos sonhos de criança.

Ah! que doces lembranças...


Dói também tanto

a falta que sinto de você,

dos nossos doces momentos,

que são eternos.

Em minhas lembranças,

sua presença é constante,

mas a realidade é dura

por você estar tão distante...


A saudade tem uma face boa

e a outra um tanto cruel.

Ela nos traz de volta

um tempo que nos marcou,

mas nos faz sentir falta

e nos leva ao pranto

ao desejarmos ter de novo

algo que nos marcou tanto

mas que pode ser só doce lembrança...


Por outro lado,

é tão lindo o reencontro,

o momento de matar a saudade

e viver uma explosão de felicidade.

Sim, a saudade dói,

mas é bem melhor ela existir

do que alguém passar pela vida

sem ter do que recordar

e pelo que sonhar...

(Autor Desconhecido)

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