UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Verde...


 Verde cor de esperança,
de onde vejo tudo acontecer,
dos sons que trago na lembrança,
e que não consigo esquecer,

Fecho os olhos, assento os sentidos,
vejo mapas de tesouros perdidos,
e espero tudo acontecer,

Na folha traço verdes caminhos,
com castelos reis e princesas,
deixo para traz as tristezas,
e adormeço sobre os teus carinhos,

Verde a maçã que trinco,
suculenta, doce, diria até macia,
é verde a cor que hoje ilumina o meu dia,

E amanhã? De que cor será a nossa manhã,
neste vale fresco onde pinto teus cabelos,
onde lembro os nossos sonhos,
e onde prometo, que nunca vou perdê-los!

(Autor: jpedarf)

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