UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Amor de carnaval


 Um pierrot saiu vagando sozinho
 em meio a colombinas e arlequins,
 buscando algum sorriso ou olhar,
 antes que o carnaval chegasse ao fim.

Nas ruas marcadas de intensa alegria,
cobertas pelo colorido das pessoas extasiadas,
mal sabia o pobre pierrot
que para cinzas aproximava-se o seu dia!

Pierrot será esse teu destino?
Ao acaso se pôs tua esperança?
Nem colombina nem cigana,
chora o homem cala-se o menino.

Mas no fim ou quase talvez
reluz no bloco uma emoção,
na alva pele um desejo feliz!
O pierrot encontrou o amor
em seu coração que quase se desfez.

Ela era a colombina mais formosa,
e o pierrot pulava embriagado de emoção!
Tinha enfim sua linda companheira,
agora sim o carnaval chegou ao fim
mas sua historia continua maravilhosa!

(Autor: Rodrigo Cordeiro)

Um comentário:

rodrigo cordeiro disse...

Obrigado pelo carinho cara amiga, fico muito orgulhoso por ter a minha poesia ilustrando seu blog!