Um gato vivo é qualquer coisa linda
Nada existe com mais serenidade
Mesmo parado ele caminha ainda
As selvas sinuosas da saudade.
De ter sido feroz. À sua vinda
Altas correntes de eletricidade
Rompem do ar as lâminas em cinza
Numa silenciosa tempestade.
Por isso ele está sempre a rir de cada
Um de nós, e ao morrer perde o veludo
Fica torpe, ao avesso, opaco, torto.
Acaba, é o antigato; porque nada
Nada parece mais com o fim de tudo
Que um gato morto.
(Autor: Vinícius de Moraes)
Nada existe com mais serenidade
Mesmo parado ele caminha ainda
As selvas sinuosas da saudade.
De ter sido feroz. À sua vinda
Altas correntes de eletricidade
Rompem do ar as lâminas em cinza
Numa silenciosa tempestade.
Por isso ele está sempre a rir de cada
Um de nós, e ao morrer perde o veludo
Fica torpe, ao avesso, opaco, torto.
Acaba, é o antigato; porque nada
Nada parece mais com o fim de tudo
Que um gato morto.
(Autor: Vinícius de Moraes)
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