UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Bruxinha do Bem



Te juro, amor de mim,
que sou uma bruxinha boa!
Não belisco ou enveneno,
nem moro numa lagoa!

Sou do tipo moderninha,
nem sequer uso vassoura.
No meu carro importado
saberás como se voa!

Nas minhas receitinhas
nem uso mais caldeirão.
São somente caras e bocas,
joguinhos de sedução.

Meu nariz é pequenino
e meu cabelo perfumado.
É capaz até de achar
meu sorriso delicado.

E em meio à minhas magias
te darei da minha poção,
pra que perca a compostura
e vire um bicho papão!

Não pense que isso é mal,
nem que sou desmiolada.
Mas pra que ser uma fadinha
se a bruxinha é mais safada?

(Autora: Mell Glitter)

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