UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Olhos que Falam



Seus olhos não silenciam, falam...
Não se calam, sorriem...
Não mentem, mostram a pureza da verdade...
Não se fecham para o mundo,
fecham para idealizar os sonhos...
Não lacrimejam à toa com mentiras,
lacrimejam à toa com palavras amorosas...
Seus olhos. O espelho de sua alma.
 A janela da sua vida. Eles mostram seus sentimentos,
seus pensamentos, seus tormentos...
Seus olhos não abrem para a injustiça,
abrem para o coração...
Eles gritam, berram, expressam o
que realmente você deseja...
Eles brilham como faróis, mostram suas fantasias,
suas vontades, suas excitações...
Eles colorem os caminhos de quem os acompanha,
espalham a beleza e a mais bela
virtude da paz e da ingenuidade...
Seus olhos. Esses olhos que falam,
que vivem, que sobrevivem,
que nunca morrerão, nunca deixarão
de iluminar a minha existência.

(Autor Desconhecido)

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