UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Antes do Entardecer



Ainda tarde, mas antes do entardecer
Corri, apressei-me para vim te ver
Confesso que sinto no corpo o cansaço
Mas revigoro-me em teus braços

Onde estava, lembrei-me
Do sabor dos teus doces beijos
Por isso apressei-me
Para realizar meu desejo

De mãos dadas presenciando
A noite que desponta, que vem chegando
E no último adeus a luz diurna
Beijo-te loucamente na sombra soturna

(Autora: Juraci Rocha da Silva)

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