UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Antídoto



Me ensina agora
Como fazer 
Para viver sem você.
Me diz como não te esperar
Quando uma porta se abre
Ou o sol se levanta.
Diz como posso desamar
Se esse amor está tão colado em mim;
Ache as palavras certas
Que convençam meu coração
Que amores vão e vêm
E que chegou o momento
De você ir.
Ache pra mim a fórmula
Que mate o desejo de vez,
Que acabe com essa dor,
Ou transforme esse amor
Em algo banal.
Você me ensinou a te amar!...
Só você pra trazer de volta
O sentido de antes,
Para me ensinar
Como fazer
Para viver sem você.

(Autora: Letícia Thompson)

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