UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Celebração e os Símbolos do Advento

A Celebração do Advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade
e com discreta alegria. 
Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, 
nos unamos aos anjos e entoemos este hino
como algo novo, 
dando glória a Deus pela salvação
que realiza no meio de nós. 
Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB 
orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, 
para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.
Os paramentos litúrgicos
(casula, estola, dalmática, pluvial, cíngulo, etc) 
são de cor roxa, bem como o véu que recobre o ambão, 
a bolsa do corporal e o véu do cálice; 
como sinal de recolhimento e conversão 
em preparação para a festa do Natal. 
A única exceção é o terceiro domingo do Advento, 
Domingo Gaudete ou da Alegria, 
cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, 
em substituição ao roxo, para revelar 
a alegria da vinda do Salvador que está bem próxima. 
Também os altares são ornados com rosas cor-de-rosa. 
O nome de Domingo Gaudete refere-se 
à primeira palavra do intróito deste dia, 
que é tirado da segunda leitura que diz: 
Alegrai-vos sempre no Senhor. 
Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto"(Fl 4, 4). 
Também é chamado "Domingo mediano", 
por marcar a metade do Tempo do Advento
tendo anologia com o quarto domingo 
do Tempo da Quaresma, chamado Laetare.
No período do Advento são montados o Presépio, 
a Árvore de Natal e a Coroa do Advento.

Os Símbolos do Advento

Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas quatro grandes velas representando as quatro semanas do Advento. A coroa pode ser, colocada ao lado do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no primeiro domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as quatro velas no quarto domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo, brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

A coroa de Advento


Hoje, na Alemanha, a Coroa de Advento está dentro de Igrejas, de escolas e até de residências particulares. 
É impossível se imaginar os festejos de Advento 
sem a presença da referida e suas quatro velas queimando durante os 24 dias. 
Pois andei pesquisando a respeito. 
A Coroa de Advento não é antiga. 
Ela foi concebida em Hamburgo, há mais de cem anos. 
Havia muitas crianças órfãs naquela cidade portuária. 
Meninas e meninos sem teto que perambulavam pelas ruas pedindo esmolas. 
Conhecemos este “filme”.
As coisas não precisam ser sempre assim. 
Um pastor evangélico luterano morava naquela cidade. 
Seu coração pulsava por aquelas meninas 
e por aqueles meninos “sem eira nem beira”. 
Mexe daqui, puxa dali, ele construiu uma enorme casa 
onde passou a abrigar o máximo possível de crianças de rua. 
Naquela casa o povo miúdo tinha espaço para dormir 
e fazer suas refeições. 
Mais do que isso: tinha a chance de aprender uma profissão. Muitos saíram dali formados como sapateiros, desenhistas, costureiras e até jardineiros. 
A idéia era que, assim, não precisariam mais 
perambular pelas ruas pedindo esmolas, 
uma vez que juntavam seus próprios dinheiros a partir do suor do seu rosto.
Foi assim que, em 1833, nasceu a “Rauhes Haus” (Casa Rústica). 
O pastor visionário chamava-se Johann Heinrich Wichern (*1808 +1881). 
Todo ano ele celebrava o tempo de Advento com meditações, 
cânticos e reflexões que enfocavam 
este tempo bonito que antecede o Natal. 
Para contextualizar aqueles momentos o pastor Wichern 
pendurou uma roda velha, dessas que ainda hoje se vê em carroças, 
no teto na “Casa” que dirigia. 
No primeiro domingo de Advento colocou a primeira 
grande vela a queimar sobre a roda. 
Depois, nos seis dias seguintes, seis velas pequenas. 
Daí, no segundo domingo de Advento, novamente a segunda vela grande... 
Um dia antes do Natal queimavam 24 velas referida roda.
Corria o ano de 1840. 
As meninas e os meninos que moravam 
na referida casa gostavam muito daqueles encontros. 
A roda ia iluminando mais e mais a sala, 
a medida que o Natal se aproximava. 
Cada vela tinha o seu significado. 
Foram eles, as meninas e os meninos, 
que “batizaram” aquele tempo de “Meditação das Velas”. 
Passaram-se dois anos e aquela pequena Comunidade 
decidiu enfeitar a roda iluminada com ramos de pinheiro (sinal de vida). 
Foi assim que nasceu a primeira Coroa de Advento dentro da Igreja Luterana.
Muitas pessoas que visitavam a “Rauhes Haus” achavam 
aquele símbolo muito significativo. 
Como nas suas moradias particulares não havia 
muito espaço para uma Coroa de Advento com 24 velas, 
optaram por uma menor com quatro, uma para cada domingo. 
Viva o Advento, esse tempo no qual nos preparamos 
para receber a visita que vem: Jesus Cristo!

A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:
  
A forma circular
O círculo não tem princípio, nem fim. 
É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, 
e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. 
Além disso, o círculo dá uma idéia de “elo”, 
de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.

As ramas verdes

Verde é a cor da esperança e da vida. 
Deus quer que esperemos a sua graça, 
o seu perdão misericordioso 
e a glória da vida eterna no final de nossa vida. 
Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, 
em sua primeira vinda entre nós, e que agora, 
com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, 
na sua segunda e definitiva volta. 
O ramos dos pinheiros permanecem verdes 
apesar dos rigorosos invernos, 
assim como os cristãos devem manter fé 
e a esperança apesar das tribulações da vida. 

A fita vermelha

A fita e o laço vermelho que envolvem 
a grinalda simbolizam o Amor de Deus 
ou o próprio Espírito Santo a embalar toda 
criação que é remida com a chegada de Jesus.

As bolas

As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo 
que brotam no coração de cada cristão.

As quatro velas

As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador.
As cores das velas do Advento são: Verde, Vermelha, Rosa e Branca, podendo também serem adotadas velas com as seguintes cores: Roxa Escura, Roxa Clara, Rosa e Branca.
Geralmente na Igreja Católica a cor das velas segue a cor das vestes litúrgicas do sacerdote, sendo assim, a cor roxa é usada no primeiro, segundo e quarto domingos do Advento simbolizando a conversão e penitência e, a cor rosa no terceiro domingo (Gaudete) simbolizando a alegria em meio à expectativa da chegada de Jesus.

(Fonte: Wikipédia.org)

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