UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
sexta-feira, 13 de março de 2009
Quando eu não mais existir!
Quando eu não mais existir,
me procure nas flores
Quem sabe eu serei o perfume
daquela que você tocar.
Quando eu não mais existir,
Veja-me nas ondas do mar,
Que se agitam violentamente,
E chegam docilmente acariciando as praias.
Quando eu não mais existir,
Sinta-me na brisa que sopra suave,
O seu rosto na calada da noite.
Quando eu não mais existir,
Veja-me nas gaivotas,
Que sobrevoam com suavidade os oceanos.
Quando eu não mais existir,
Ouça-me no cantarolar alegre,
Dos pássaros.
Quando eu não mais existir,
Sinta-me no crepitar das chamas,
Do fogo que aquece o seu corpo.
Quando eu não mais existir,
Ouça-me no sorriso inocente,
De uma criança.
Quando eu não mais existir,
Veja-me, sinta-me,
Ouça as batidas do meu coração,
Que aceleram com a tua presença.
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