UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Santos Juninos - Dia 24 de Junho - São João Batista

O Precursor do Messias

“E tu, menino serás chamado de Profeta
do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor
preparar-lhe os caminhos”. (Lucas 1,76)

No alto das montanhas da Judéia, em Hebron, distante oito
milhas de Jerusalém, vivia um casal santo, e que diante de
Deus eram justos – Zacarias e Isabel.
Apesar de estarem avançados na idade, nutriam em seus
corações o desejo de gerar um filho, um descendente.
Eram considerados malditos, pois não tinham filhos.
O Sacerdote Zacarias, num certo dia em que estava
desempenhando as funções de seu ministério, no templo de
Jerusalém, entrou no Santuário para queimar incenso,
enquanto o povo orava. De repente apareceu-lhe, então à
direita do altar dos perfumes, um anjo.
Ao perceber o espanto de Zacarias, o anjo lhe disse: “Não
temas, Zacarias, por que Deus ouviu tua oração. Tua mulher
dar-te-á um filho, a quem darás o nome de João.
Muitas coisas falou o anjo a respeito do menino, inclusive
que ele seria cheio Espírito Santo, e que iria adiante
do Messias.
Zacarias questionou o anjo e argumentou a idade avançada
dele e da sua esposa Isabel. O anjo respondeu: “Eu sou
Gabriel e meu lugar é diante de Deus; e é dele que trago tal
mensagem. Porém como não acreditaste em minhas palavras,
ficarás mudo, até o dia em que tudo isso se cumprir.”
Em cumprimento do que fora predito, Zacarias sai do templo
sem conseguir pronunciar nenhuma palavra. Retornando
para casa depois de alguns dia, pode confirmar a gravidez de
sua esposa, pois para Deus nada é impossível.
Em Nazaré, Maria é visitada também por Gabriel, e tão logo
ouve a saudação do anjo, profere o sim da redenção da
humanidade, por Cristo Jesus.
O anjo comunica sobre a gravidez de sua parenta Isabel em
seu 6º mês. Maria vai as pressas até o Hebron.
Eis que um encontro memorável estava para acontecer, o
encontro do precursor e do Messias, cada qual no ventre
de sua mãe.
Tão logo Isabel ouve a saudação de Maria, o seu ventre pula
de alegria e ela exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e
bendito o fruto do teu ventre, donde me vem à honra de vir
a mim a mãe do meu Senhor...
João Batista foi batizado no ventre de sua mãe, ao ouvir a
saudação de Maria; o estrecer foi provocado pela ação do
Espírito Santo de Deus.
Lá na casa de Isabel e Zacarias, a mãe do Senhor permanece
por alguns meses servindo das mais diversas maneiras.
Pouco antes do nascimento do menino, Maria retorna para
Nazaré deixando os corações dos parentes, apertados de
saudade e gratidão.
Isabel da a luz ao menino, toda a vizinhança correu para
saudar o filho primogênito do sacerdote Zacarias.
No oitavo dia todos se reuniram para a circuncisão do
menino, os que estavam presentes sugeriram que o menino
tivesse o nome do pai Isabel contestou e disse: “Ele se
chamará João”. Zacarias estando mudo escreveu o nome de
João numa tábua e imediatamente voltou a falar, e cheio de
alegria no Espírito Santo exclamou:
“Bendito seja o Senhor de Israel!”
A cada dia o menino crescia e enchia de encanto os vizinhos e
moradores das montanhas da Judéia que exclamavam:
“Que será um dia este menino?”
João era um jovem orante e atuante que movido pelo Espírito
Santo, foi para o deserto em busca de santificação. Trajava
vestes de pele de camelo, tinha os rins cingidos com uma
cinta de couro e alimentava-se de gafanhotos
e mel silvestres.
Santo Agostinho diz que, em São João o mundo teve pela
primeira vez a experiência do Eremitério.
Quando completou 30 anos, recebeu uma ordem divina para
deixar o deserto e anunciar a vinda do Messias
e preparar-lhe o caminho.
João percorre a região do Jordão pregando um batismo de
penitencia para remissão dos pecados.
João era um profeta que no verdadeiro sentido
da palavra, anunciava e denunciava.
Sobre João, o próprio Cristo disse:
“Que entre os nascidos de mulher, não há maior profeta
que João Batista.”
Jesus vai ao Jordão, vai ao encontro de João, era dele que
o próprio João havia dito: “Eu batizo na água, para a
penitência, mas vem outro, que é mais poderoso que eu, e de
quem eu não sou digno de desatar as correias das sandálias,
ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.”
Ao avistar o Senhor, João ficou extasiado e disse:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo.”
Cumpria-se o que tinha Isaías profetizado.
Jesus entra na água, João não se acha digno de batizá-lo,
Jesus insiste para que o rito permaneça. O Espírito Santo
desceu sob a forma de uma pomba o céu se abriu, e do céu
ouviu-se uma voz:
“Este é meu filho muito amado,
em que pus minha complacência.”
Jesus segue seu caminho e João sua missão de denunciar as
injustiças, o abuso de poder, as imoralidade, as ofensas
as leis de Deus.
João os chama de serpentes, víboras, e pelo seu tom
ameaçador e denunciador é preso por Herodes.
O Rei Herodes vivia com a esposa de seu irmão, e com a
maior naturalidade desfilava com ela pelos palácios
da corte.
João condena a atitude dos dois, por adultério, e os chama a
conversão e penitência. A amante de Herodes influencia a
filha a pedir a cabeça de João Batista numa bandeja de prata.
Herodes atende, e João é decapitado.
João quer dizer Jhwn (Javé) mostra sua benevolência.
O grande escritor Flávio Josefo denomina João como um
homem bom que estimulava os judeus no exercício
da virtude.
João Batista é aquele que fecha o antigo testamento e abre
o novo, apresentando a todos a figura do Cristo Redentor.
O que o tornou tão importante para a história do
Cristianismo é que, além de ser o último profeta
a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho
do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança
de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”).
Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: 
“Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele
que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou
digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará
no Espírito Santo”. (Mateus 3,11)
O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo
próprio Cristo.

São João Batista, rogai por nós!

(Fonte: ofsbc.wordpress.com)

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