Ao
Pescador são entregues as chaves do Reino dos Céus,
donde
a devoção cultivada àquele sempre é visto
de
plantão à porta do Céu!
A
imagem da construção ocorre muitas vezes na Sagrada
Escritura,
apontando, ora para a dignidade dos edifícios,
ora
para o material utilizado ou as pessoas envolvidas
nas
edificações. São comparações nas quais podem ser
como
que dependuradas as várias atitudes diante
do
mistério de Deus e a aventura da fé,
a que
todos são chamados.
O
Apóstolo São Pedro absorveu de forma interessante
esta
imagem: "Como pedras vivas, formai um edifício
espiritual,
um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios
espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.
Com
efeito, nas Escrituras se lê: ‘Eis que ponho em Sião
uma
pedra angular, escolhida, honrosa; quem nela confiar,
não
será confundido’. De vós, que credes, ela é a honra!
Mas
para os que não creem, ‘a pedra que os construtores
rejeitaram
tornou-se a pedra angular’ e ‘pedra de tropeço,
pedra
que faz cair’: nela tropeçam os que não acolhem a
Palavra;
esse é o destino deles. Mas vós sois a gente
escolhida,
o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que ele
adquiriu,
a fim de que proclameis os grandes feitos daquele
que vos chamou das
trevas para a sua luz maravilhosa.
Vós
sois aqueles que antes não eram povo, agora, porém,
são
povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia,
agora,
porém, alcançaram misericórdia”.
(1 Pd
2, 5-10; Cf. Sl 117, 22; Cf. Is 28,16)
Ele
mesmo teve que se confrontar com aquela pedra
angular
da construção, sem a qual tudo vem abaixo.
E
Jesus Cristo, que é a porta necessária (Cf. Jo 10, 7-9), veio
ao seu
encontro, talhando pouco a pouco aquele que veio a
ser
também chamado com o nome Pedro, que vem de Pedra.
Na
região de Cesareia de Filipe, como nos narra o
Evangelista
São Mateus (Cf. Mt 6, 13-20), aconteceu um
diálogo
fundamental na compreensão da vocação de Pedro.
Até
aquela altura da narrativa evangélica, eram muitas as
multidões
que se acercavam de Jesus.
Delas
emerge, pouco a pouco, o grupo dos discípulos e entre
eles
os doze, que foram depois chamados apóstolos.
É um
processo de formação, com o qual o Senhor prepara
aqueles
que deveriam continuar o anúncio do Reino de Deus
e a
constituição da Igreja. Chega um momento decisivo,
os
discípulos próximos de Jesus, uma pergunta sobre a
opinião
corrente a seu respeito, seguida da mais importante
questão
para qualquer discípulo de todos os tempos:
“E
vós, quem dizeis que eu sou?”. (Mt 16, 15)
É a
virada radical para aqueles homens simples!
O dono
da resposta e da responsabilidade
se
chama Simão: “Tu és o Messias,
o
Filho do Deus vivo”. (Mt
16, 16)
Simão
era pescador, homem de um temperamento rico de
defeitos
e qualidades, generosidade e insegurança.
Tudo o
que era humano nele estava presente.
Veio
do mundo do trabalho, tinha família e sogra, barco
e
rede. Certamente não lhe faltava nada no horizonte que
se
abria em torno do Lago de Nazaré, Mar da Galileia.
Foi
cultivado pelo Senhor Jesus com a paciência que
só
Deus tem, e Ele é Deus!
Agora,
aquele que humanamente talvez não fosse
o
melhor de todos, dá a resposta da fé, conduzido
interiormente
pelo Pai que está no Céu.
E o
Senhor muda seu nome. Simão se torna Pedro,
o
pescador de Peixes se transforma em Pescador de Homens.
( Cf.
Lc 5, 1-11) Sobre a sua profissão de fé há de se edificar
a
Igreja. Ao Pescador são entregues as chaves do Reino
dos
Céus, donde a devoção cultivada àquele sempre é visto
de
plantão à porta do Céu!
Até
atribuem a ele o controle do clima!
São
atribuições desproporcionais à pequenez do homem
simples
da Galileia: “Tudo o que ligares na terra será
ligado
nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado
nos céus”. (Mt 16, 19)
O Céu
se compromete com a Terra, para agradável surpresa
da
humanidade ansiosa pela eternidade! O nó que ata
os
homens e mulheres aos seus próprios defeitos e pecados
pode
ser desfeito pelo ministério do perdão
e da
misericórdia, à disposição de quem se abre à graça!
Generosidade
eterna que se põe à disposição
no dia
a dia dos cristãos.
Após a
confissão de fé proferida por Pedro, em nome
de
todo o grupo de discípulos, o processo formativo
continua.
Simão Pedro deverá entender, a duras penas,
a
realidade da Cruz, cujo anúncio escandaliza!
“Jesus
começou a mostrar aos discípulos que era necessário
ele ir
a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos
sacerdotes
e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar.
Então
Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo: ‘Deus
não
permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!’
Jesus,
porém, voltou-se para Pedro e disse: ‘Vai para trás de
mim,
satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de
tropeço,
pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim,
as dos
homens!’” (Mt 16, 21-23), precisou ouvir
do Senhor
palavras
exigentes, marcadas com o timbre da verdade, que o
conduziu
ao cumprimento da exigente missão de ser “Pedra”:
“Simão,
Simão! Satanás pediu permissão para peneirar-vos,
como
se faz com o trigo. Eu, porém, orei por ti, para que tua
fé não
desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus
irmãos’.
Simão disse: ‘Senhor, eu estou pronto para ir contigo
até
mesmo à prisão e à morte!’ Jesus, porém, respondeu:
‘Pedro,
eu te digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes
negarás
que me conheces’”. (Lc 22, 31-34)
sados os anos, veio efetivamente a
confirmar os irmãos
com o derramamento de seu sangue, na
cidade de Roma.
Seu ministério permanece nos sucessores
que vieram.
O ofício pastoral de Pedro se realiza
no Papa, Bispo de
Roma, princípio e fundamento da unidade
da Igreja. (Cf.
Catecismo da Igreja Católica, 880-882)
(Fonte: terra.com.br)
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