25
de dezembro
A Igreja católica toma esta data, a partir do século IV, como aniversário
do nascimento de Cristo. O dia 25 apareceu pela primeira vez no calendário
de Philocalus em 324, opção feita pelo Papa Júlio I, para
cristianizar as grandes festas pagãs realizadas neste dia.
Natal
A palavra Natal quer dizer nascimento, e originou-se do latim. Natal, Noel,
expressam o mesmo evento. É uma festa sem fronteiras. É o
culto do nascimento, da bondade, da ternura, da vida e da reflexão.
Muitos comemoram o Natal com mesa farta, gulodices, esbanjando e troca
da presentes. Natal é mais, muito mais do que isso.
Advento
Antes da vinda. Tempo de preparação do Natal, para a vinda do
Cristo-Menino. Compreende os quatro domingos que antecedem o Dia de Natal.
As famílias cristãs costumam fazer a preparação
do Natal com a Coroa do Advento. Monta-se uma coroa de ramos de pinheiro adornada
com fitas vermelhas, com quatro velas eqüidistantes, simbolizando Jesus
Cristo, a luz do mundo. A cada domingo, até o Natal, uma vela por vez é acesa
por um membro da família, à hora do jantar. No quarto domingo
todas as velas estarão acesas.
Coroa
do Advento ou Guirlanda
Guirlanda,
grinaldas, festões e arranjos com folhagens nasceram com a superstição
de que heras, pinheiro, azevinho e outras plantas ofereciam proteção,
no inverno, contra bruxas e demônios. Seus ramos eram usados para
afugentar a má-sorte. Representa a mandala, um diagrama em círculo
lembrando que a nossa vida é um ciclo de nascimento e morte.
Simbolizando a vida eterna e a paz, a guirlanda está presente
na decoração natalina atual. Diz antiga lenda que se as
pessoas passarem sob ela atrairão sorte para si. Ela é sinal
de esperança e vida; sua fita vermelha representa o amor de Deus
que nos envolve, e as velas acesas, a fé e a alegria.
Presépio
É a representação do local do nascimento de Cristo com as figuras do
Menino Deus, de José, Maria, animais, pastores e magos. É montado
em igrejas, residências, casas comerciais e lugares públicos. O primeiro
presépio foi feito em 1223 por São Francisco de Assis, nas redondezas
de Greccio, Itália. Dizem que, passeando por uma floresta, encontrou
um estábulo abandonado. No outro dia trouxe para ele uma estátua
de criança, colocando-a sobre a palha. Os animais que acompanhavam
o santo ficaram em volta da estátua. As pessoas da região foram ver
o que estava acontecendo e entoaram cânticos natalinos. Como São
Francisco via que as igrejas ficavam desertas na Noite de Natal,
pediu ao papa para fazer uma réplica de gruta nos templos. Autorizado,
montou o primeiro presépio com figuras humanas verdadeiras. O costume
se difundiu até chegar ao ponto de se reduzir seu tamanho e poder
ser
montado
dentro
das
casas.
O
gesto de montar o presépio deverá vir acompanhado do propósito de
reconhecer no Jesus-Menino de gesso, madeira ou outro material, uma
lembrança do Filho de Deus, que veio nos libertar dos pecados. O
presépio é uma linguagem visual para nos lembrar a vinda de Jesus
para o meio de nós. A palavra "presépio" vem do latim e também significa
estábulo, manjedoura. O presépio nos lembra que Jesus escolheu um
ambiente pobre e rude para nascer. Poderia tê-lo feito num palácio.
O ensinamento que podemos tirar desse fato é o valor da simplicidade,
docilidade e fé acima de tudo.
Fios
de prata
Conta uma
lenda que, num determinado tempo e lugar, quando a Árvore de Natal
ficou pronta, foi admirada pela família e os animais da casa.
As aranhas que habitavam o celeiro também quiseram vê-la,
mas foram impedidas. Durante a noite, quando todos dormiam, elas entraram
por baixo da porta e não só viram a árvore, como
subiram pelos seus ramos. Ao amanhecer, o Menino Jesus veio abençoar
a árvore, e para sua surpresa viu que ela estava coberta de teias
de aranha. Jesus, com seus dedos milagrosos, tocou nos fios da teia e
eles ficaram prateados. Por isso, hoje é costume ornamentar a árvore
com fios prateados.
Bolas
coloridas
É o enfeite tradicional da Árvore de Natal. Existem em várias cores,
e geralmente são feitas de vidros. Representam os frutos da árvore,
que é Jesus. São os talentos, os dons, as boas ações, o amor, o perdão,
a esperança e a compreensão. Nossas atitudes sãos os frutos de nossa
vida; como as bolas, refletem o que somos. Elas também simbolizam as
graças que diariamente recebemos. A cada ano se desgastam no brilho,
mas estarão cada vez mais cheias de lembranças e emoções acumuladas.
Sinos
Os sinos emitem sons agradáveis e audíveis à distância, e são tocados
em ocasiões geralmente festivas. Fazem parte do campanário das igrejas
e também têm uso particular. Servem para enviar mensagens pelo ar.
De modo geral, seu toque é festivo. Tocado por ocasião do Natal,
nos lembra o fato de termos um Salvador que e fez homem, habitou
entre nós e partiu deixando sua mensagem de amor e paz.
Estrela
É
usada na ponta da Árvore de Natal para nos lembrar da Estrela de
Belém,
que guiou os reis magos até a manjedoura de Jesus. Tem quatro pontas,
representando o norte, o sul, o leste e o oeste. A misteriosa Estrela de
Belém é citada
na Sagrada Escritura em Mateus, capítulo 2, versículos 2,
9 e 10 (Mt 2, 2.9.10). É sempre usada como símbolo de alegria,
de guia, para despertar e atrair. A estrela é luz permanente. Representada
com cinco pontas lembra o ser humano: braços e pernas esticadas
e a cabeça, onde está a vontade.
Também é encontrada com seis pontas, que é sinal de
paz.
Velas
Elas simbolizam Cristo, a luz do mundo, que devemos imitar. É uma
tradição
nórdica. No início as famílias fabricavam artesanalmente
suas velas, usando a cera pura fabricada por abelhas, conservando
sua cor natural.
A chama cintila, serpenteia, atrai e ilumina nosso ser.
Papai
Noel
A origem do Papai Noel é incerta e cercada de histórias.
A mais conhecida vem do século IV e fala sobre Nicolas, nascido
em 281, que tornou-se bispo de Myra, na Ásia Menor. Conta-se
que seus pais tiveram dificuldades para ter filhos, até que nasceu
Nicolas. Dando graças pelo fato, eles
passaram a distribuir alimentos, roupas e dinheiro aos pobres, até
que vieram a falecer devido a uma epidemia. Nicolas herda a grande
fortuna de seus pais, torna-se bispo e continua o trabalho de ajuda
aos necessitados. Nicolas viveu na época do Imperador Diocleciano,
em Roma, e é representado ainda hoje, na Europa, usando vestes
de bispo, com um bastão numa das mãos e um saco de presentes
na outra. Morreu no ano de 350 d.C. Passou a ser conhecido por S. Nicolas. À medida
que a lenda sobre seus feitos foi sendo passada através das
culturas alemã e holandesa, o bispo tornou-se Sinterklass, Saint
Nicoleses e
finalmente Santa Claus ou Santa Klaus. O Papai Noel
é amado pela crianças e respeitado pelos adultos. Papai
Noel não pode
ser visto pelo prisma científico ou religioso. Ele é mágico.
Não é
branco, negro ou oriental. É um ser capaz de unir a humanidade
em torno de coisas boas: amor, ternura, paz, sentimentos, carinho,
gestos.
Ceia Natalina
Ceia é uma reunião festiva entre os familiares e amigos para se comemorar
algum evento importante. A ceia natalina é uma reunião ainda mais
familiar, íntima e carinhosa, quando afloram nos corações das pessoas
os sentimentos mais variados. Haverá a alegria do encontro, a saudade
de quem partiu, a presença de um novo membro, mesclando emoções diversas,
pois todos ficam predispostos a se entregar afetivamente, trazendo
a mensagem de que Cristo quer renascer no coração de cada um de nós.
A tradição nos conta que após a Missa do Galo, celebrada à meia-noite
do dia 24, era servida uma refeição frugal aos presentes. Com o passar
do tempo essa refeição foi transferida para as casas dos fiéis e
tornou-se mais sofisticada. Iguarias deliciosas, assados, bolos,
pudins, passas, nozes, castanhas, tâmaras, frutas cristalizadas...
se tornaram indispensáveis. Na ceia natalina não falta uma vela acesa,
nos lembrando a fé das pessoas em Jesus Cristo, que continua brilhando
através dos tempos.
Árvore
de Natal
Sendo uma planta que cresce em sentido vertical, apontando para o céu,
a árvore é considerada por muitos como "intermediária entre o céu e
a terra". A árvore luminosa, colorida, enfeitada, é uma das tradições
do Natal. É costume da Antiguidade e vem de rituais pagãos, bastante
sedimentados e absorvidos pelos cristãos. Há inúmeras versões sobre
sua origem. Quando o mundo foi criado, nos diz a lenda, Deus deixou
o pinheiro com folhas ásperas, fazendo-o sempre se lamentar. Para reparar
o mal e para que a árvore parasse de se queixar, fez com que ela fosse
o único vegetal que conserva suas folhas no inverno e que pelo menos
uma vez ao ano teria o brilho das luzes. - Isso nos lembra a vida e
a imortalidade. É Natal! Há árvores decoradas por toda parte: nos centros
comerciais, nas ruas, nas residências... enfim, onde existam corações
abertos para comemorar o aniversário de Jesus. Ele é o tronco da árvore
da vida, nós os ramos; os ramos darão frutos se permanecerem unidos
ao tronco, que lhes fornece a seiva da vida divina.
Pé de
meia
Como já vimos, São Nicolau, precursor do Papai Noel, era de família
rica e ajudava os pobres. Na região onde morava havia três moças pobres,
que por falta de dote não conseguiam casar. São Nicolau jogou sacos
de moedas pela chaminé de suas casas, que seriam usados como dote.
Numa das casas, o saco de moedas caiu numa meia que secava na lareira,
nascendo o hábito de se colocar presentes no pé de meia. Outra versão
diz que o bispo São Nicolau não gostava de ser percebido quando presenteava,
motivo pelo qual colocava os presentes nas chaminés das casas. As crianças
perceberam seu método e passaram a deixar ali suas meias. Hoje o costume
é usar meias ou botinhas com fins decorativos. São feitas de feltro,
possuem aplicações ou bordados e se tornaram um símbolo natalino.
Presentes
Presentear é tão antigo quanto a própria humanidade. É uma
reação que
acompanha importantes rituais em todas as sociedades. Os pagãos
presenteavam as divindades, e nós presenteamos nos aniversários,
casamentos, formaturas... e por ocasião do Natal. O presente
natalino é uma tradição que tem
raízes cristãs, inspiradas na visita dos reis magos,
que levaram oferendas ao Menino Jesus. Melchior, Gaspar e Baltasar
lhe ofereceram
ouro, incenso e mirra, e nós oferecemos presentes aos familiares
e amigos. É uma expressão silenciosa de nosso bom sentimento
para com eles. Para muitas pessoas, esta época é marcada
pelo consumismo. O costume de colocar presentes sob as árvores
de Natal começou durante
o reinado de Elizabete I, filha de Henrique VIII, na Inglaterra,
no século XVI. Ela promovia festas natalinas e recebia muitos
presentes. Como era praticamente impossível receber diretamente
todos os presentes que lhe eram dados, adotou-se o costume de deixá-los
sob uma grande
árvore natalina, montada nos jardins do palácio. Deus
nos deu o maior e melhor de todos os presentes: Jesus Cristo. Sejamos
também um verdadeiro presente para as pessoas!
Cartões
de boas festas
Surgiram, segundo alguns, em 1843, para outros em 1845, época
mais aceita, havendo ainda referências ao ano de 1853. Foram
criados por um artista plástico inglês, por encomenda
de Sir Henry Cole. Este, diretor do Museu Britânico, percebeu
que não teria tempo para escrever à mão as
felicitações natalinas, que eram moda na época,
e mandou fazer um desenho natalino com um espaço onde escrevia
breves palavras.
Luzes
Cintilam simbolizando o fogo da vida eterna e saúdam a festa do
sol, a vinda de uma nova era. As velas na Árvore de Natal, por
serem perigosas, foram substituídas pelos pisca-piscas que decoram
as árvores dos
jardins e das ruas, as fachadas das residências, das lojas...
dando alegria e causando admiração nas pessoas.
Anjo
Ocupa espaço na parte superior do presépio, presente na maioria deles.
Representa o Anjo Gabriel, o anjo da Anunciação, que levou a mensagem
do nascimento de Jesus a Maria.
Missa
do Galo
No início havia três missas: ao pôr-do-sol do dia 24, à meia-noite
e a Missa de Natal, dia 25 pela manhã. Foi o Papa Telésforo quem teve
a idéia na escolha do horário de meia-noite, a hora do cantar do galo.
Ir à Missa do Galo é uma manifestação de fé cristã e de união familiar.
É o compartilhar deste dia especial.
Flor do
Natal
Euphorbia pulcherrima, flor-de-papagaio ou espírito santo,
possui brácteas vermelhas e folhas bem verdes. É decorativa, ilustra
cartões natalinos. Foi encontrada no México em 1828 e depois introduzida
na América Latina. Conta-se que uma humilde camponesa desejava oferecer
um presente ao Menino Jesus e não tinha o que dar. Surge um anjo e
lhe sugere que leve uma planta que existia junto à estrada. Feliz,
ela vai entregá-la ao Menino Jesus. As pessoas que presenciavam a cena
começaram a rir da pobre senhora, que começou a chorar. Suas lágrimas,
ao caírem sobre as folhas, as tornaram vermelhas, para espanto de todos.
A poinsettia ou espírito santo é uma planta que, exposta ao
sol, é verde. Se estiver à sombra torna-se vermelha: é fato científico.
Cores
O verde e o vermelho são cores dominantes no Natal. O verde é renovação,
esperança, regeneração. O verde das plantas capta a energia solar
e pelo processo de fotossíntese a transforma em energia vital. O
vermelho está ligado ao fogo e ao poder, tanto que aquecer como de
destruir, e também ao amor divino. O dourado também é utilizado,
e está associado ao sol, à luz, à sabedoria e principalmente a luz
da Ressurreição de Cristo, como uma espécie de transformação do material
para o espiritual.
Cânticos
natalinos
A época natalina sempre é alegrada com cantigas típicas. As primeiras
datam do século IV, sendo Jesus refulsit omninum, de S. Hilary Poitiers.
Depois as melodias se tornaram mais alegres, e até hoje a mais famosa
é Silent Night, ou Noite Feliz, de Joseph Mohr e Franz Gruber, escrita
em 1818.
O Natal é uma das
maiores festas da cristandade, seus símbolos são maravilhosos, é tudo muito
lindo, mas não devemos nos esquecer do principal: é a festa do aniversário
de Jesus Cristo, do nosso Salvador.
(Autora:Hália Pauliv de Souza)
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