UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Finalmente chegou

É natal.
E eu queria ser quem não sou,
Ter o que não tenho,
Conhecer quem não conheço,
Amar quem não amei,
Sonhar como não sonhei,
Presentear quem não presenteei.
Eu queria ser o que não sou,
Não é ser rico, mas sim, respeitado,
Queria ter o que não tenho,
Não é ter dinheiro, mas sim, amigos,
Conhecer quem não conheço,
Não é conhecer pessoas ricas,
Mas, sim, pessoas ricas e honestas,
Amar quem não amei,
Não é amar os orgulhosos,
Mas, sim, quem me ama,
Sonhar como não sonhei,
Não é sonhar com a riqueza,
Mas, sim, com as coisas boas,
Presentear quem não presenteei,
Não é dar presentes caros,
Mas, sim, dar alegria a quem não tem.

(Autor Desconhecido)

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