UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 13 de dezembro de 2009

O Papai Noel e as Chaminés

Normalmente, diz-se às crianças que, quando o Papai Noel visita as casas, o faz descendo pela chaminé. Trata-se de uma curiosa forma de entrar numa casa e têm sido adiantadas algumas idéias engenhosas para explicar por que é que ele há-de chegar desta maneira.
Alguns estudiosos relacionam esta descida pela chaminé com a primitiva adoração do fogo, mas não há provas que o confirmem. Outros relacionam-na com um antigo costume segundo a qual as chaminés eram limpas no dia de Ano Novo, para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano.Para compreender a verdadeira explicação da entrada pela chaminé, é importante recordar a sua fonte. Todas as referências modernas que lhe são feitas remontam ao famoso poema chamado "Uma Visita de São Nicolau", escrito em 1822 pelo americano Clement Moore, para os seus seis filhos jovens. Neste poema, ele descreve São Nicolau a chegar num trenó puxado por renas que aterra no telhado da sua casa. Olha para fora para ver o que se passa: E então num ápice ouvi no telhado os saltos e patadas de cada casco. Quando recolhi a cabeça e enquanto me virava, São Nicolau desceu num salto pela chaminé.O poema de Moore era uma verdadeira série de antigas tradições e parece que foi buscar a descida pela chaminé a uma fonte finlandesa.
Os antigos lapões viviam em pequenas tendas com a forma de iglú e cobertas com peles de rena. Eram enterradas no chão e só a parte de cima ficava à mostra. A entrada para o interior da habitação era um buraco no telhado, e este mesmo buraco servia para deixar sair o fumo da lareira. Por outras palavras, a porta e a chaminé eram uma só. Por isso se o Pai Natal entrasse pela porta, automaticamente entrava pela chaminé.
Há duas pistas importantes no vocabulário do poema de Clement Moore. Quando o visitante chega, conseguem ouvir-se as suas renas no telhado, o que está perfeitamente de acordo com o cenário lapão. Além disso, ele entra com um único salto. Não desce pela chaminé, salta por ela abaixo. Isto não faz sentido com as chaminés altas das nossas casas, mas é uma descrição perfeita da entrada numa cabana coberta de peles da Lapônia.

(Autor Desconhecido)

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