UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 4 de setembro de 2010

Se

Se acarinharmos uma rosa
Os espinhos se dissipam

Se beijarmos um rosto
As lágrimas cessam

Se ouvirmos um lamento
As dores se acalentarão

Se tirarmos uma pedra
O tropeço será suave

Se caminharmos passo a passo
Chegamos no lugar desejado

Se tocarmos uma melodia
O coração se enaltece

Se sonharmos com vários tons
O colorido fica mais belo

Se dissermos obrigado
O sorriso aparece.

(Autor Desconhecido)

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