UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 19 de setembro de 2010

Oração Celta

Eu sou o vento que sopra pelos mares,
Eu sou o animal selvagem,
Eu sou a águia no penhasco,
Eu sou rápida como o gavião,
Eu sou a guerreira de muitas batalhas,
Eu sou a ponta da lança,
Eu sou a ponta da espada,
Eu sou a pele do tambor que conclama à guerra,
Eu sou a corda da harpa,
Eu sou a campeã entre os fortes,
Eu sou a vista da montanha mais alta,
Eu sou a sabedoria do poço mais fundo,
Eu sou a vencedora do dia e da noite,
Sempre vivi,
E estou viva!
Eu me uno às forças cósmicas
No grande e eterno ciclo
Que tudo pode e tudo é.
Eu sou tudo.
(Autor Desconhecido)

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