UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Reminicências




Elos que se interligam
Na mente
E instigam
Toda sorte de lembranças...

Pedaços de recordações
Situações ações...
Mistos de emoções...
Esparsas que falham na memória

Que insiste na trajetória
Que foi embora...
Como um cometa
Sem história...

Nas entrelinhas...
Sozinhas
Distantes...
Mescla de instantes...

Borrões
As vezes clarões..

De um que de saudades...
Entremeadas em sonhos...

São reminiscências
Clarividências
Em que a eloquência...
Perdeu a sequência...

Olhamos nos olhos
Do passado emaranhado..
Em que tudo está atado...

Indagações que se perdem
Invertem...
A primeira intenção
Trazendo comoção...

Vai e volta insólida
Envolvente na sua melancolia
E insólida consolida..

O que pra trás ficou...
Danificou
O todo mal resolvido
E o que não tem mais sentido!

(Autora: Carmen Cecilia)

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