UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

NATAL


Caixas de tamanhos diversos,
cores mil,
laços bordados em todos os extremos,
Vitrines com cenários Natalinos,
com o verde acenando a esperança
Rumo à vidas sem dores e guerras.

As fitas dos presentes se desembrulham,
caem livremente,
como na dança de um corpo ritmado.

O espírito do amor baila pelos ares,
exalando a pétala da bondade
Suave e profunda,
acaricia os rostos embriagados pela desilusão

Os espinhos são contemplados por olhares profundos
Mesclam-se nas pétalas que formam pedaços de flores
Unidos em só canção
Nas vozes trêmulas de anjos
Gotejam a alma faceira
De um mundo mais harmônico
Celebrando a aspirante PAZ.
(Autora: Débora Villela Petrin)

Nenhum comentário: