UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amor Nocivo


Tive medo de olhar pra trás
E me reencontrar
em seu amor bandido.
Procurei por essa por essa paz
Pelo fato de querer estar vivo.
Um adeus, um tanto faz
Pude ler em seu breve sorriso.
Em seu coração de alcatraz
Quem foi homem quase virou bicho.
Eu gostei de você demais,
Mas você não se importou com isso.
Você disse: - Não dá mais!
Transformou amor em desperdício.
Tive medo de olhar pra trás
E me reencontrar em seu amor nocivo.
Procurei por essa por essa paz
Na intenção de permanecer vivo.

(Autor: Flávio Leite)

Nenhum comentário: