UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 28 de março de 2014

O coelho da vizinha

Um bicho tão fofinho,
 É o coelho da vizinha, 
Ele só tem um aninho,
 E não anda, só engatinha. 
Ele é engraçadinho,
 Come e pula sem parar, 
Tem um dente bem grandinho,
 E o rabinho para o ar. 
Tem os olhos bem vermelhos, 
E seu corpo é branquinho, 
Nunca vi nenhum coelho, 
Que seja mais engraçadinho.

(Autora: Aline Garroux)

Nenhum comentário: