UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Vivências

Nesse tempo infinito
que vai do nascer ao morrer
um dia vou falecer
deitada em pétalas perfumadas
avencas prateadas
toda coberta de rosas
Meu corpo descerá à terra
minha alma subirá
até o silêncio das estrelas
Angústias são passagens
Duvidas são como folhas
espalhadas no tempo
Inseguranças são sementes
à beira da nossa estrada.

(Autora: Maria Lucia Nabuco)

Nenhum comentário: