UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tentarei ser Teu Papai Noel




Como és o meu...
E retribuir
A dádiva de que deste exemplo,
De dar muito mais
Do que receber...
E agradecer
Por me aceitares como amigo...
E devolver,
Não sei se com tanta beleza,
A simples amizade,
Que recebo de presente:
Bela,
Talvez pela simplicidade...
E sólida, sim, quanto mais ausente...
És o meu Papai Noel...
Sempre que te lembras de mim,
Quando em saudade...
De ti vem a mão
Que gera segurança,
O gesto que traz esperança...
Tentarei ser teu Papai Noel...
Embora doando menos,
Também penso em ti.
E te observando aprendi
O valor da doação,
O calor do coração...
Te imitando compreendi
A tristeza dos abandonados,
Sonhando sonhos frágeis de papel,
Efêmeros como as luzes do Natal...
Tal como aprendi contigo,
A estes, ao menos, um ombro amigo...
E quanto aos sonhos de papel...
Quem sabe...?
Depende de nossa vontade
De sermos Papai Noel...

(Autor Desconhecido)

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