UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

LIVRO: Os Sete


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: André Vianco

O autor André Vianco escreve há uns cinco anos e ele tem um estilo de tirar o fôlego e não desgrudar da história até o final. Escreve principalmente sobre vampiros, demônios, anjos e afins. Nada de romances vampíricos suspirantes como Os Cárpatos ou outros semelhantes. Muita ação com um ligeiro romance entremeado e suspense, muito suspense.

O primeiro livro dele que caiu em minhas mãos foi Os Sete, que me parece foi o primeiro romance dele publicado. Ouvi dizer que a princípio o título era Os Dois, mas fico grata por ele ter criado mais cinco para a história.

A sinopse que anda nas livrarias virtuais não nos diz muito:

"Uma caravela portuguesa de cinco séculos é resgatada de um naufrágio no litoral brasileiro. Dentro dela, uma misteriosa caixa de prata esconde um segredo: sete cadáveres aprisionados, acusados de bruxaria.Apesar das advertências grafadas no objeto de prata, A equipe do departamento de história da Universidade Soares de Porto Alegre decide violar a caixa para estudar os corpos. Afinal, que perigo poderiam oferecer aqueles sete cadáveres? Nenhum. Mas depois que o primeiro deles acorda".

O fato da história se passar em locais que conheço ajudou bastante para visualizar a descrição. Este é o bom de um autor brasileiro que escreva sobre locais brasileiros.
E a história inicia no Rio Grande do Sul (onde moro) quando a tal caravela portuguesa é resgatada.

Uma caixa de prata, sete nomes grafados na caixa, advertências, sete corpos na caixa e um corte (com um pouco de sangue, é claro) é o início da aventura. A aventura, fuga, briga vai parar em São Paulo (mais especificamente Osasco, terra de André Vianco).

No início, com os sete vampiros que saem da caixa falando um português colonial de Portugal das caravelas, você se diverte um bocado.

Em Os Sete, André Vianco apresenta sete vampiros lusitanos do Rio D’Ouro com poderes sobrenaturais que vão além da vida eterna, força e velocidade sobrenaturais que geralmente são vistos na maioria dos filmes e livros sobre o gênero. "Inverno", com poder de congelar o ar, Tempestade que pode trazer chuvas e temporais, "Lobo" que se transforma em lobisomem, "Acordador" que faz os mortos levantarem, Espelho que pode transformar-se na pessoa que vê e outros personagens com poderes não tão óbvios como Gentil e Sétimo.

O mocinho Tiago obviamente precisa de superpoderes para poder competir diretamente com “Inverno” (o vampiro mais malvado e mais cuti-cuti dos Sete), e acaba conseguindo depois de ser mordido por seu inimigo. A mocinha Eliane, a Mãe, origem do sangue que despertou os Sete é bobinha e apavorada. Mesmo assim, cada um dos vampiros faz da história um espetáculo.

Ah, tem o Tobia, espécie de Van Helsing lusitano que deixou descendentes que passaram de pai para filho a forma de lutar com os malignos vampiros. Foi ele que os prendeu na caixa de prata. É claro que o descendente de Tobia é brasileiro e, mesmo não acreditando no que foi passado a ele, está preparadíssimo para enfrentar Os Sete.

Eu ainda tenho esperanças de, em uma continuação, o Inverno (Guilherme para os íntimos) volte à vida e dê o ar de sua graça, beleza e charme.

Para quem gosta do gênero, faz uma pipoca, tira um dia de folga, lê (num fôlego só), enquanto imagina os atores que poderiam fazer os vampirinhos lusitanos (eles perdem o sotaque aos poucos) no cinema.

Na próxima postagem, falo do Sétimo, continuação da história. E depois de Bento, meu livro preferido de André Vianco (mas ainda não li todos que ele escreveu, e a lista é grande).

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