UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ter Garra


Não havia nada que eu pudesse fazer, mas fiz;
Alcançar tal coisa era impossível, eu a busquei.
Não havia mais esperança, eu a mantive...
Não restava tempo para mais nada, mas eu lutei até a última hora;
Não queriam, mas eu insisti.
A última palavra havia sido dada, mas eu ainda falei...
Enfim, estou passando pela vida e tudo vai acontecendo,
Portas se fechando, e eu as abrindo...
E a felicidade está em mim.
Pois, se nada tenho, por tudo lutei;
E, sem me arrepender de nada...
No futuro poderei dizer: Tentei!..
E, mesmo que a fortuna venha a mim,
Por tudo que Deus me deu, direi a todos:
" V E N C I !...

(Autor Desconhecido)

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