UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Folia
Espreguiçadora
Na terra molhada
Abre tuas alas
Vumbora que o samba
É de nunca acabar
Na malícia o tropeço
O pulso entortando
Teus violinos
Ôooo
O "vamos" torneado
Donde consegue alcançar
O sonho na dianteira
Até dormir o abraço
e teu laço esgarçado
(Autor: Carlos Frederico P. da Silva Gama)
Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado é uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado é uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
(Autor: Vinícius de Moraes)
É Carnava!
A magia, a fantasia
A paixão sem endereço
É o beijo sem preço
Um sorriso aberto
As mãos bem perto
A loucura das aventuras
A descontração nas alturas
As verdades inventadas
As mentiras criadas
O perdão aparecendo
A reconciliação vencendo
É a coragem que vem
As vontades, também
É a festa da carne
A exaltação do charme
O descompromisso com a dor
A união com o amor
A força do sim
O descompasso dos passos
O poder do abraço
O fim de todo mal
É carnaval!
(Autora: Cláudia de Villar)
(Autora: Cláudia de Villar)
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Hoje é carnaval!
É
Dia
De samba,
De alegria.
Danço nos meus sonhos,
Visto a fantasia de arco-íris,
Deixo o tamborim me levar,
Do amor sigo o ritmo...
Colombina
Me chama
E eu
Vou.
Dia
De samba,
De alegria.
Danço nos meus sonhos,
Visto a fantasia de arco-íris,
Deixo o tamborim me levar,
Do amor sigo o ritmo...
Colombina
Me chama
E eu
Vou.
(Autora: Mardilê Friedrich Fabre)
Máscara de Carnaval
Como te quero e admiro
Máscara querida,
Porque não és fingida...
Tu não mentes,
Dizes o que sentes,
Tu não mentes,
Dizes o que sentes,
És o que és...
Fica conosco
O ano inteiro;
Ensina o homem
A ser verdadeiro;
Tapa-lhe a cara
De máscara disfarçada,
Que faz do mundo atual,
Um terrível
E constante Carnaval.
(Autora: Maria Alice Fonseca)
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
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