UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

História da Imaculada Conceição

Imaculada Conceição refere-se a um dogma através do qual a Igreja declarou que a concepção da Virgem Maria foi sem a mancha (máculaem latim) do pecado original. Desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada do pecado pela graça de Deus. Ela sempre foi cheia da graça divina. O dogma declara também que a vida da Virgem Maria transcorreu completamente livre de pecado. Desde os tempos da Igreja primitiva, os fiéis sempre acreditaram que Maria, a Mãe de Jesus, nasceu sem o pecado original. Tanto no Oriente como no Ocidente, há grande devoção à Maria enquanto mãe de Jesus e Virgem sem Pecados. No começo do cristianismo o dogma da Imaculada Conceição já era tida como uma verdade de fé para os fiéis. 

Bíblia e tradição 

O dogma que declara a Imaculada Conceição da Virgem Maria é fundamentado na Bíblia: Maria recebeu uma saudação celestial do Anjo Gabriel quando este veio anunciar que ela seria a Mãe do Salvador. Nessa ocasião, o Anjo Gabriel saudou como cheia de graça. Foi o papa Pio IX, o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição, recorreu principalmente à afirmação de Gênesis (3, 15), onde Deus diz: Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela, assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O verso Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti, no Cântico dos Cânticos (4,7) também é uma referência para defender a Imaculada Conceição. Outras passagens bíblicas referentes são: Também farão uma arca de madeira incorruptível (Êxodo 25, 10-11). Pode o puro (Jesus) vir de um ser impuro? Jamais! (Jó 14, 4). Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível... (Deuteronômio 10, 3). Maria é considerada a Arca da Nova Aliança (Apocalipse 11, 19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente incorruptível ou imaculada. Também existem os escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. São Tomás de Aquino, por volta de 1252, declarou abertamente que a Virgem foi, pela graça, imunizada contra o pecado original, defendendo claramente o dogma do privilégio mariano, que seria declarado e definido séculos mais tarde. 

Definição do dogma de Imaculada Conceição

 O dia da festa da Imaculada Conceição foi definido em 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja na Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do dogma no século XIX. No dia 8 de dezembro de 1854, dia da festa, o Papa Pio IX, com a Bula intitulada Deus Inefável (Ineffabilis Deus), definiu oficialmente o dogma da Santa e Imaculada Concepção de Maria. Assim está escrito na bula (documento papal) intitulada Ineffabilis Deus que o Papa Pio X proclamou: Em honra da Trindade (...) declaramos a doutrina que afirma que a Virgem Maria, desde a sua concepção, pela graça de Deus todo poderoso, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Salvador do homem, foi preservada imune da mancha do pecado original. Essa verdade foi-nos revelada por Deus e, portanto, deve ser solidamente crida pelos fiéis

Maria confirma o dogma Santa Bernadete Soubirous (1844-1879), a jovem que viu Nossa Senhora em Lourdes, disse que Nossa Senhora se auto definiu dizendo assim: Eu sou a Imaculada Conceição. Isso aconteceu em 1858, apenas quatro anos após a definição do dogma. Todos os estudiosos consideram quase impossível que uma adolescente como era Bernadete, vivendo num lugarejo insignificante como era Lourdes, soubesse da proclamação do dogma e muito menos o seu significado. Por isso, as aparições de Nossa Senhora em Lourdes são consideradas como uma confirmação celestial do dogma da Imaculada conceição. Esta é uma das três aparições de Nossa Senhora consideradas verdadeiras pela Igreja Católica. 

Imaculada Conceição, Mãe sem manchas 

Por isso, nós podemos recorrer a Maria com toda a confiança justamente porque ela é Imaculada, sem mancha, sem pecado, sem impurezas. Ela é cheia, plena, repleta da graça de Deus e, por isso, pode ouvir nossos pedidos e súplicas e apresentá-los ao Pai, diante de quem ela está no céu. Nossa mãe celestial é pura, santa, sem pecado e nos ama com um amor puro, santo e divino. Assim, com esta confiança, recorramos a ela sempre, pois ela intercede por nós.

(Fonte: cruzterrasanta.com.br)

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